Gravando

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

(Conto) - Safira e o gato que acordava cedo

Em homenagem aos dias dos pais:

Safira estava em seu quarto pensando sobre o escuro.

- Precisamos provar que o Escuro é mais rápido que a luz -disse a menina de 7 anos a seu gato, enquanto o guardava no armário.

Era quase a hora de dormir e Safira esta preocupada. Dentro de minutos seu pai iria entrar em seu quarto com a promessa de levar Serafim, seu protetor, para a sala. Para passar o tempo, ela abria e fechava a porta do armário:

-Eu não quero ficar sozinha no escuro, não quero...

Somente naquela semana seu gato durmira ao pé de sua cama pelo menos três vezes. Seu pai permitira, muito a contragosto, pois ao mesmo tempo em que o gato tinha o poder de fazer Safira dormir, tinha de fazê-la acordar. Bastava o raiar do dia para o gato miar, acordar a menina que corria acordar seus pais às 5horas da manhã.

De tanto abrir e fechar a porta, a menina começou a espiar seu gato no escuro, quando, em pé, em frente ao seu armário fechado abriu a porta lentamente:

- O escuro tá saindo do armário!!

Seu pai entra no quarto e Safira o abraça explicando:

- Papai, eu vi o escuro, vem ver:

-Mostra para o papai, filha.

Safira fecha novamente a porta, respira fundo, segura a mão de seu pai e mostra o escuro.

- Saf, é apenas a luz entrando no armário.

O pai de Safira pega o gato em seus braços e Safira ameaça um choro, quando percebe um presente em uma das mãos de seu pai.

- Saf, hora de ir para cama.

Safira de tão feliz com o presente corre para debaixo das cobertas e abre um sorisso.

- O que você tem aí atrás?

O pai, carinhosamente, entrega o embrulho. Safira abre o pacote e dele tira uma lanterna e um gato preto de pelúcia, bem macio. Safira abraça o gatinho, mas logo corre para abraçar Serafim.

- O Serafim vai dormir na cama dele hoje, você vai ficar com o amiguinho dele. E esta lanterna é para você iluminar o escuro.

- Mas papai, o escuro é mais rápido que a luz. E se ele pegar a lanterna?

- O gatinho te protege!

De tão feliz, Saf não se importou em tentar dormir com os novos presentes e o pai de Safira foi dormir confiante de que sua filha não iria ser acordada pelo gato.

Toc - Toc (5 horas da manhã)

Safira, com a lanterna na mão, ilumina os olhos de seu pai, enquanto o cutuca para ele acordar:

-Pai, pai, adorei essa lanterna...

- Saf, quem te acordou?

- Ninguém, papai, acho que me acostumei com o horário do gatinho...

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