(Extraido do GRTV)
1) TEATRO
- folha de rosto (com título, autoria, contatos)
- sinopse curta (umas dez linhas) + coluna com personagens à esquerda e perfil simples à direita + ambientação + período
- texto dramatúrgico propriamente dito
- perfil longo de personagens é OPCIONAL. Não é usual em teatro, já que faz parte do trabalho do ator criar o background de suas personagens. Esse background pode ou não ter a ver com o idealizado pelo autor, mas não interessa. O que interessa é a boa interpretação. Peças históricas, baseadas em fatos reais ou culturas muito diferenciadas, podem pedir mais especificações por parte do autor. Mas o que interessa MESMO é o texto, onde estão as ações e diálogos que efetivamente contam a história.
2) ROTEIROS:
a) para cinema:
- folha de rosto (com título, autoria, contatos)
- sinopse curta (umas dez linhas) + coluna com personagens à esquerda e perfil simples à direita - é OPCIONAL também. Há quem use para facilitar a leitura do script, que virá logo a seguir. Mas não é tão usual. O fato é: não existe certo ou errado nisso. Vale o bom-senso da necessidade.
- script propriamente dito - onde há cabeçalhos, rubricas, diálogos e deve-se fazer poucas observações extra-texto. Em cinema, é possível descrever os ambientes nas rubricas objetivas, quando eles aparecem pela primeira vez. E também é possível descrever personagens, quando eles também aparecem pela primeira vez. Mas tudo muito curto, de forma pertinente. Backgrounds (ele é ex-alcoolatra, ela tem um chiuaua) não pertencem às cenas, a menos que sejam revelados por meio de flashbacks ou diálogos.
Exemplo 1: Uma coisa é isso: O quarto de JOÃO está desarrumado, o colchão sem lençóis jogado no chão, roupas espalhadas pelo chão e blá, blá.
Outra coisa é: A casa de MARIA é amarela, toda texturizada, com três janelas pintadas de azul na entrada. Há uma sacada feita de vidros jateados que dá para a piscina em forma de trevo blá, blá. Esse tipo de descrição é o pesadelo de qualquer produtor. Afinal, vão ter que construir aquela casa? É necessário que ela seja desse jeito?
Exemplo 2:
Uma coisa é isso: MARIA (25), loira e bonita, senta-se na cadeira do Café. Está ansiosa à espera de uma amiga. Ela cruza e descruza as pernas, revelando seu bronzeado perfeito. Esse movimento atrai a atenção de JOÃO(30), moreno e também bonito, que está de pé próximo ao balcão.
OUtra coisa, porém, é isso:
MARIA, loira bonita de 1,80, chega no Café vestindo um legging prata e uma blusa azul. Senta-se numa cadeira estofada de veludo marrom e, ansiosa à espera da amiga, cruza e descruza as pernas. Ela usa um sapato também prata, de saltos altos. Seus movimentos ansiosos e sua beleza estonteante logo chamam a atenção de JOÃO (30), moreno de costeletas longas e barba por fazer, que veste um casado de couro envelhecido, uma camisa branca e blá, blá, blá...
Pergunto: há necessidade de tantas especificidades? E se a atriz perfeita tiver 1,65? E se o Café onde for ser gravado só tiver cadeiras de metal? Melhor não complicar. Isso é perfumaria, e se não tiver relevância para a trama, deve ser cortado.
- perfil de personagens - OPCIONAL. Também é arquivo extra-roteiro, e pode estar presente de acordo com o senso de conveniência. Obras histórias, baseadas em fatos reais, etc, também podem exigir uma maior especificação. Mas excesso de backgrounds de personagens também esbarra no trabalho do ator. Há que se ter cuidado. Só o que for extremamente pertinente e estiver a serviço da história.
- lista de ambientes - OPCIONAL. Esse é um arquivo voltado para produção. Ele existe para facilitar orçamentos. Ou seja, deve estar junto se for conveniente, se a pessoa que for ler precisar dessa informação.
b) para telenovela:
SINOPSE
**aqui o formato é variável, vale a pena ver o material de arquivo que temos no GRTV**
- folha de rosto (com título, autoria, contatos)
- sinopse curta - OPCIONAL - em dez linhas, o básico da trama revelado de forma interessante.
- justificativa de importância do tema (ex.: Gloria Perez faz considerações sobre clonagem humana na sinopse de "O Clone"; Gilberto Braga filosofa sobre o mito das celebridades na sinopse de "Celebridade" e por aí afora) - OPCIONAL
- coluna simples de personagens e perfis pra facilitar leitura da sinopse - OPCIONAL. Gilberto Braga usa muito esse artifício, já que suas sinopses são bem longas e completas. Exemplo: "Fulano, 35 anos, empresário, filho de Betrano".
- sinopse propriamente dita - aí a história é contada inteira. A narrativa é indireta. Alguns autores gostam de entremear diálogos diretos (as sinopses de Benedito Ruy Barbosa, p.ex., têm um estilo literário, porém seco). A velocidade narrativa de uma sinopse de telenovela se assemelha à dos argumentos em cinema. Ou seja, a trama toda é contada, sem diálogos diretos, e de forma razoavelmente rápida. Claro o texto deve conter emoção, senão a leitura fica sem graça. Deve-se evitar, porém, o excesso de adjetivação, as filosofices, pensamentos das personagens, e tudo o que não seja visual.
- perfil de personagens completo - em telenovelas, isso é relevantíssimo, já que é uma "obra-aberta" (em termos) e os atores precisam saber onde estão pisando. Não há um roteiro fechado, um arco dramático completo que os ajude a compreender a jornada de seus personagens. Então vai ser no perfil das personagens que o autor vai dizer os gostos pessoais de Fulano, parte de seu background (que efetivamente poderá ser revelado ao longo dos capítulos), implicações dele na trama, relacionamento com outros personagens etc.
- lista de ambientes - também fundamental para uma sinopse de telenovela. Mas lembre: é material voltado essencialmente à produção/direção. Costuma estar sempre junto, todavia, já que uma telenovela não é texto que corra solto por aí, pra leitura simplesmente recreativa.
- CAPITULOS - OPCIONAL. Eles não fazem parte do mesmo pacote. Mesmo autores conhecidos por vezes têm de apresentar a primeira semana de capítulos para a direção da emissora. Isso era muito comum na Globo, durante a era do Boni e do Mário Lúcio Vaz, que interferiam na criação artística. Eles, inclusive, pediam a reescritura, p.ex. pedindo que o casal principal se beijasse na primeira semana, garantindo maior "punch" na audiência. Não é incomum que algumas novelas deixem de estar na previsão de grade, porque os capítulos não estão agradando a cúpula da emissora. Mas isso jamais é dito de forma aberta à imprensa, ou mesmo aos autores.
c) para seriados e sitcons:
idem acima, com a diferença:
- desenrolar dos episódios: se a temporada vai ter 12 episódios, todos eles devem estar com título e ter sinopses curtas, mostrando suas tramas, complicações, fechamento de arcos e ganchos para a próxima temporada.
1) TEATRO
- folha de rosto (com título, autoria, contatos)
- sinopse curta (umas dez linhas) + coluna com personagens à esquerda e perfil simples à direita + ambientação + período
- texto dramatúrgico propriamente dito
- perfil longo de personagens é OPCIONAL. Não é usual em teatro, já que faz parte do trabalho do ator criar o background de suas personagens. Esse background pode ou não ter a ver com o idealizado pelo autor, mas não interessa. O que interessa é a boa interpretação. Peças históricas, baseadas em fatos reais ou culturas muito diferenciadas, podem pedir mais especificações por parte do autor. Mas o que interessa MESMO é o texto, onde estão as ações e diálogos que efetivamente contam a história.
2) ROTEIROS:
a) para cinema:
- folha de rosto (com título, autoria, contatos)
- sinopse curta (umas dez linhas) + coluna com personagens à esquerda e perfil simples à direita - é OPCIONAL também. Há quem use para facilitar a leitura do script, que virá logo a seguir. Mas não é tão usual. O fato é: não existe certo ou errado nisso. Vale o bom-senso da necessidade.
- script propriamente dito - onde há cabeçalhos, rubricas, diálogos e deve-se fazer poucas observações extra-texto. Em cinema, é possível descrever os ambientes nas rubricas objetivas, quando eles aparecem pela primeira vez. E também é possível descrever personagens, quando eles também aparecem pela primeira vez. Mas tudo muito curto, de forma pertinente. Backgrounds (ele é ex-alcoolatra, ela tem um chiuaua) não pertencem às cenas, a menos que sejam revelados por meio de flashbacks ou diálogos.
Exemplo 1: Uma coisa é isso: O quarto de JOÃO está desarrumado, o colchão sem lençóis jogado no chão, roupas espalhadas pelo chão e blá, blá.
Outra coisa é: A casa de MARIA é amarela, toda texturizada, com três janelas pintadas de azul na entrada. Há uma sacada feita de vidros jateados que dá para a piscina em forma de trevo blá, blá. Esse tipo de descrição é o pesadelo de qualquer produtor. Afinal, vão ter que construir aquela casa? É necessário que ela seja desse jeito?
Exemplo 2:
Uma coisa é isso: MARIA (25), loira e bonita, senta-se na cadeira do Café. Está ansiosa à espera de uma amiga. Ela cruza e descruza as pernas, revelando seu bronzeado perfeito. Esse movimento atrai a atenção de JOÃO(30), moreno e também bonito, que está de pé próximo ao balcão.
OUtra coisa, porém, é isso:
MARIA, loira bonita de 1,80, chega no Café vestindo um legging prata e uma blusa azul. Senta-se numa cadeira estofada de veludo marrom e, ansiosa à espera da amiga, cruza e descruza as pernas. Ela usa um sapato também prata, de saltos altos. Seus movimentos ansiosos e sua beleza estonteante logo chamam a atenção de JOÃO (30), moreno de costeletas longas e barba por fazer, que veste um casado de couro envelhecido, uma camisa branca e blá, blá, blá...
Pergunto: há necessidade de tantas especificidades? E se a atriz perfeita tiver 1,65? E se o Café onde for ser gravado só tiver cadeiras de metal? Melhor não complicar. Isso é perfumaria, e se não tiver relevância para a trama, deve ser cortado.
- perfil de personagens - OPCIONAL. Também é arquivo extra-roteiro, e pode estar presente de acordo com o senso de conveniência. Obras histórias, baseadas em fatos reais, etc, também podem exigir uma maior especificação. Mas excesso de backgrounds de personagens também esbarra no trabalho do ator. Há que se ter cuidado. Só o que for extremamente pertinente e estiver a serviço da história.
- lista de ambientes - OPCIONAL. Esse é um arquivo voltado para produção. Ele existe para facilitar orçamentos. Ou seja, deve estar junto se for conveniente, se a pessoa que for ler precisar dessa informação.
b) para telenovela:
SINOPSE
**aqui o formato é variável, vale a pena ver o material de arquivo que temos no GRTV**
- folha de rosto (com título, autoria, contatos)
- sinopse curta - OPCIONAL - em dez linhas, o básico da trama revelado de forma interessante.
- justificativa de importância do tema (ex.: Gloria Perez faz considerações sobre clonagem humana na sinopse de "O Clone"; Gilberto Braga filosofa sobre o mito das celebridades na sinopse de "Celebridade" e por aí afora) - OPCIONAL
- coluna simples de personagens e perfis pra facilitar leitura da sinopse - OPCIONAL. Gilberto Braga usa muito esse artifício, já que suas sinopses são bem longas e completas. Exemplo: "Fulano, 35 anos, empresário, filho de Betrano".
- sinopse propriamente dita - aí a história é contada inteira. A narrativa é indireta. Alguns autores gostam de entremear diálogos diretos (as sinopses de Benedito Ruy Barbosa, p.ex., têm um estilo literário, porém seco). A velocidade narrativa de uma sinopse de telenovela se assemelha à dos argumentos em cinema. Ou seja, a trama toda é contada, sem diálogos diretos, e de forma razoavelmente rápida. Claro o texto deve conter emoção, senão a leitura fica sem graça. Deve-se evitar, porém, o excesso de adjetivação, as filosofices, pensamentos das personagens, e tudo o que não seja visual.
- perfil de personagens completo - em telenovelas, isso é relevantíssimo, já que é uma "obra-aberta" (em termos) e os atores precisam saber onde estão pisando. Não há um roteiro fechado, um arco dramático completo que os ajude a compreender a jornada de seus personagens. Então vai ser no perfil das personagens que o autor vai dizer os gostos pessoais de Fulano, parte de seu background (que efetivamente poderá ser revelado ao longo dos capítulos), implicações dele na trama, relacionamento com outros personagens etc.
- lista de ambientes - também fundamental para uma sinopse de telenovela. Mas lembre: é material voltado essencialmente à produção/direção. Costuma estar sempre junto, todavia, já que uma telenovela não é texto que corra solto por aí, pra leitura simplesmente recreativa.
- CAPITULOS - OPCIONAL. Eles não fazem parte do mesmo pacote. Mesmo autores conhecidos por vezes têm de apresentar a primeira semana de capítulos para a direção da emissora. Isso era muito comum na Globo, durante a era do Boni e do Mário Lúcio Vaz, que interferiam na criação artística. Eles, inclusive, pediam a reescritura, p.ex. pedindo que o casal principal se beijasse na primeira semana, garantindo maior "punch" na audiência. Não é incomum que algumas novelas deixem de estar na previsão de grade, porque os capítulos não estão agradando a cúpula da emissora. Mas isso jamais é dito de forma aberta à imprensa, ou mesmo aos autores.
c) para seriados e sitcons:
idem acima, com a diferença:
- desenrolar dos episódios: se a temporada vai ter 12 episódios, todos eles devem estar com título e ter sinopses curtas, mostrando suas tramas, complicações, fechamento de arcos e ganchos para a próxima temporada.
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